Golfinhos na Baía de Guanabara
óleo sobre tela de Henrique Telles
óleo sobre tela de Henrique Telles
Olhando a estrutura montada no Forte
Copacabana, onde é palco para a exposição Humanidade 2012, pensei que aquela
impressionante instalação equivalente a um prédio de seis andares, foi
inventada, antes de tudo, na mente de alguém.
Sem essa criação não haveria esta beleza a
ser vista. Como descreveu Zuenir Ventura em sua crônica no O Globo,
"...atravessando umas quinze salas, realiza-se uma deslumbrante viagem ao centro
da aventura humana na sua relação com a natureza..."
Quando fui correr no domingo, a fila de
entrada chegava quase ao Arpoador.
A exposição também pode ser vista como um
paralelo a nossa Humanidade no Mundo Mental. Subindo a primeira rampa chega-se
ao Mundo em Que Vivemos. Ali podemos fazer equivalências reflexivas em relação a
nossa consciência, pois é a partir dela que entramos no Mundo Que Somos.
Continuando a visita, chegamos a segunda parada entitulada Mundo Dividido. E ali
podemos pensar que de um lado está o que somos e do outro, tudo que poderíamos
ser. Mostradores digitais registram em tempo real a acumulação de bens no mundo.
Pois é aí que reside o X da questão. Alguns querem viver toda uma existência
apenas conquistando uns bens internos básicos e com isto conseguir conceber um
projeto de vida com conforto, segurança, prazer e felicidade.
Não dá!
Por que?
Porque para evoluir sem poluir precisamos
colocar bons recursos no aparelho psicológico. A nossa Máquina Produtora de
Ideias, nossa mente, tem que estar munida de capacidade, de conhecimentos para
produzir pensamentos e percepções para uma vida positivamente viável e
confortável.
Ambientes internos poluídos com agentes de
pessimismo, culpas inúteis, complexos e ressentimentos datados, fazem nossa Baía
Mental Interna ficar inabitável para as vidas que nos alimentam na nossa
existência. Pois estar vivo é uma coisa, saber existir bem nesta vida é outra
coisa.
Na Baía de Guanabara, há dez anos era
possível pescar 18 mil toneladas de peixe e agora só é possível 7 mil
toneladas.
A cada segundo, 14 mil litros de esgoto são
despejados sem tratamento nesta Baía. Pois é... e tem pessoas que só poluem a
Baia Mental despejando lixos em si mesmos.
Nos anos 80, cerca de 500 golfinhos viviam
na Baía. Hoje não passam de 40.
São 460 golfinhos que não suportaram mais
viver nestas águas...
Tem gente que acha que nada disso em relação
ao planeta é de fato significativo. Igualmente, tem gente que continua poluindo
a si mesma sem perceber que as toninhas que vivem em nossas águas internas
capazes de promover em nós movimentos de alegria e saltos de superação vão, pela
poluição de nossos sentimentos, desaparecendo do planeta interno chamado
Psiquismo...
É hora de compreendermos que o refinamento, a reciclagem dos bons sentimentos e o tratamento dos sentimentos e das ideias poluentes
são acordos de amor próprio e respeito a própria natureza.
Promova a despoluição em si.
Limpe a sua vida.