Li no O Globo de domingo, 24 de março, na coluna “Dois Cafés e a Conta...” que o Colégio Nave foi reconhecido pela Microsoft como uma das 33 escolas mais inovadoras do mundo. A única do Brasil na lista. Na cerimônia, um aluno Jonathan Caroba de 17 anos foi aplaudidíssimo devido à apresentação. Ele, morador da Maré, que adora a bossa nova, é filho único de uma doméstica e de um porteiro. Nesta entrevista concedida a Mauro Ventura, afirma que “A questão é saber se colocar. Não usar gírias, se vestir de maneira adequada ao ambiente” e continua “Se você nasce na favela sua perspectiva de vida é outra. A visão é menos abrangente. Sempre gostei de teatro, exposição e cinema. Por iniciativa própria vou a locais gratuitos como o CCBB, Caixa Cultural e museus.”
O depoimento de Jonathan me levou mais uma vez a pensar durante a minha corrida no título do meu atual curso “Capacidade de Existir – Problemas e Soluções”. Percorri em minhas ponderações que a nossa “Capacidade” é de fato uma construção baseada na “Intenção”, na “Inserção” e no “Autoestímulo”. É a confecção de uma “Capa” que se coloca através da inscrição em si do Ser que você deseja se Tornar. A “Capa” na “Idade” representa a roupagem que você veste suas ideias para constituir no plano psicológico a indumentária da “Capacidade”.
A Capacidade de Jonathan, bem como a sua, a minha ou a de qualquer outra pessoa deve ser aliada a permissão que vamos nos dar as perspectivas que ambicionamos de modo verdadeiro e profundo.
Sair de uma condição para se construir em outra pode ser o Pêssach, que comemora a saída do Egito da condição de escravidão na busca da liberdade de Ser. Na Páscoa cristã também se comemora a libertação de uma condição de amarras...
O Jonathan fez da sua existência uma páscoa através da emancipação dos contextos desfavoráveis. Ele buscou a inserção no mundo das identificações escolhidas. Sem ficar no querer queria dos indolentes, partiu em busca das frestas que seus olhos autorizados buscavam.
Olhos interditados criam as zonas cegas quanto às possibilidades... Olhos interditados impedem o mar de se abrir.
O mar vermelho se abre como mar da vida através da força de nossos propósitos.
Nesta páscoa repense os “Jonathans” internos que podemos ser. Ele nasceu num mundo e se gerou para a existência do desejo. Soube Ser e Fazer a passagem. Fez a páscoa em si mesmo.
Se para Jonathan havia misérias, ele compensou com a riqueza dos propósitos e dos autoestímulos.
Se há misérias nas suas crenças substitua pela riqueza das boas percepções... Das boas Marés.
Realize ao menos uma páscoa em relação a sua existência, numa empreitada que a leve as Soluções no Existir.
Escolha algo, um sentimento, um limite e saia de uma condição desfavorável e faça a inserção no mundo das felicidades de liberdade.
A vida é uma jornada pessoal de páscoas contínuas.
Feliz Páscoas.
Sensacional!!!Manoel tem o dom da análise profunda da nossa existência sendo que dessa vez se inspirou em uma crõnica muito atual !!!
ResponderExcluirSuas reflexões são sempre maravilhosas!!
Ana Paula
Manoel,
ResponderExcluirNesta Pascoa,o melhor que podemos fazer é possibilitar a Redenção,tao libertadora!
O espírito deste tempo, é isso, libertar.
Libertos em Deus, libertos na luz!
...e assim, atravessaremos os mares e renasceremos...para melhor, como agora, depois de me alimentar de sua sabedoria!
Obrigadaaa!!!Feliz Pascoa!bjss, Andrea J
Importante ressaltar que só há páscoa quando se tem a consciência da escravidão seja ela qual for! Nisso consiste nossa constante busca de não passar a páscoa, mas sermos páscoa!
ResponderExcluirManoel querido, fiquei emocionada com sua crônica,pois como sou uma das Guerreiras de Luz que ajudam ao Projeto UERÊ, dentro da Favela da Maré, me orgulho em trabalhar para que as 430 crianças que atendemos, despertem esse Jonathan dentro delas e que consigam, como você disse, sair de uma condição desfavorável e façam a inserção no mundo das felicidades de liberdade, na esperança de um futuro melhor... Bjs,
ResponderExcluirMarta Isaksen